sábado, 7 de maio de 2011

Feliz Dia das Mães


Quero lembrar, Mamãe, a vida de criança, quando você me punha de mãos postas e ensinava-me a oração:
- "Pai nosso, que estais no Céu, santificado seja o vosso nome..."

Depois da prece, ao desunir-me as mãos, você me esclarecia:
- Todos somos irmãos ... A lei de Deus é praticar o bem, perdoar e servir sem perguntar a quem...

No entanto, logo após, se alguém me molestava, você perdia o rosto amigo e protestava incontinente:
- Quem ferir a você há de se haver comigo!...

Se me entregava à rebeldia, quebrando o prato ou rasgando a lição, você me recolhia junto ao peito e se os vizinhos nos aconselhavam para fugir da superproteção, você justificava com seu jeito:
- Ninguém nasce perfeito... Eu só sei que sou mãe...

Se parentes e amigos me acusavam pelos erros que fiz, você me defendia, revoltada, mostrando-se infeliz...

E, depois, a fitar-me, enternecidamente, você falava assim:
- Não creia nas intrigas dessa gente, que nada vale para mim. Tenho em você um anjo que não erra... que apareceu na Terra para grande missão... Será você, em nossa casa, o nosso apoio e a nossa salvação!...

Eu tudo ouvia num deslumbramento...

Depois, Mamãe,o tempo, igual ao vento, veio e varreu as suas profecias...

Quando cresci, cheguei a acreditar que você fosse egoísta e antiquada, de ânimo violento... E, acalentando estranhas fantasias, troquei nosso lar por estradas sombrias...

Tudo o que então sofri não sei contar. Muitas vezes, chorei meditando em você triste e sozinha nas aflições e mágoas que lhe dei, a humilhar-se e lutar por culpa minha!...

Um dia, regressei sobre os meus próprio passos...

Tive saudades de você... Você abriu-me os braços... Não quis saber o que eu fizera, nem como, nem porque... E, ao relatar meus grandes infortúnios, vi pranto nos seus olhos...

Seu carinho enlaçou-me e você falou, cariciosamente, no mesmo antigo e doce tom de voz:
- Não perca a esperança, meu tesouro!... Deus terá novo rumo para nós.

Hoje, passado tanto tempo, venho vê-la e beijá-la, Mãe querida!... Não preciso explicar que não fui anjo, nem gênio salvador... Quero apenas dizer que o seu imenso amor fortaleceu-me a fé e iluminou-me a vida...

E se posso pedir algo de novo, embora eu não mereça, abrace-me e perdoe... Perdoe e esqueça as lâminas
e espinhos que lhe finquei no peito em forma de aflição!...

E, depois da oração, que você me ensinava, diga, Mamãe, enquanto estamos sós:
- Nunca perca a esperança, meu tesouro!... Deus terá novo rumo para nós.

Maria Dolores
Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã, na noite de 17/03/1973, em Uberaba, Minas.

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